GASTRONOMIA
O ALIMENTO QUE VEM DO MAR
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As algas são consumidas como vegetais no Japão e na China desde o início do século IV e VI d. C, respetivamente. O seu consumo regular reporta-se sobretudo ao Leste da Ásia (Japão, Coreia e China) e às regiões insulares situadas no Oceano Pacífico (Indonésia, Filipinas, Nova Zelândia e Havaí). Também são consumidas em países do Norte da Europa (França, Irlanda e Reino Unido), bem como em países nórdicos (Islândia e Noruega), Canadá, EUA e Chile. O somatório revela que as algas marinhas possuem um enorme potencial ao nível alimentar – elas são altamente versáteis, permitindo assim obter bebidas (chás), «snacks», pastas, pães, sobremesas, entre outros – a lista é enorme!
RECEITUÁRIO TRADICIONAL
A popularidade do sushi, e respetivas variantes (e.g., «makimono» e «temaki»), faz com que esta receita se destaque – a alga «nori» (Porphya sp.) confere-lhe sabor, cor, textura, suporte e estrutura. Na cozinha japonesa, há ainda que referir o «dashi», feito com «kombu» (Saccharina japonica), o «yokan», uma espécie de marmelada feita com «agar-agar» (hidrocoloide extraído de várias espécies de algas vermelhas), o «senbai», o «okonomiyaki», etc. Na Coreia usa-se «wakame» (Undaria pinnatifida) para fazer «miyeok-guk», uma sopa consumida tradicionalmente após o parto.
Na Europa, mais exatamente no País de Gales surge o «laverbread», uma iguaria obtida a partir de várias espécies de algas (Porphyra spp.), consumida no pequeno-almoço gaulês, e ainda uma sopa de nome «cawl lafwr», feita igualmente com algas Porphyra spp.
Nos doces destacam-se o «irish moss pudding» e o «blancmange», ambos semi-frios feitos à base de leite e «musgo irlandês» (Chondrus crispus).
O CASO DE PORTUGAL
Em Portugal Continental não há registos de índole culinária. Mas, por vezes aparecem informações que confirmam o seu consumo, havendo referências no caso da «bodelha» (Fucus vesiculosus), «kombu real» (Saccharina latissima), «limo-corriola» (Saccorhiza polyschides), «dulse» (Palmaria palmata), «cabelo-de-velha» (Gracilaria gracilis), «ratanho» (Grateloupia turuturu), «chorão-do-mar» (Codium tomentosum), entre outras espécies. Já na região insular dos Açores existe um receituário, ainda que limitado, que inclui várias algas marinhas, nomeadamente, «alface do mar» (Ulva rigida), «erva do calhau» (Ulva intestinalis), «tremoço do mar» (Fucus spiralis), «erva-malagueta» (Osmundea pinnatifida, Laurencia viridis), «erva-patinha» (Porphyra umbilicalis, P. linearis, Pyropia leucosticta). As receitas tradicionais mais conhecidas são as «tortas» feitas com várias espécies de Ulva spp. e Porphyra spp. As algas restantes são usadas em «snacks», sopas, omeletes e picles.
Algas Marinhas da Costa Portuguesa
Publicações
Algas, O Mar à Mesa
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O livro "Algas, o mar à mesa" foi elaborado pela bolseira Patrícia Gabriel com a colaboração de toda a equipa do Alga4Food.
Algumas das receitas apresentadas procuram inspiração no receituário português e introduzem algas marinhas na sua composição. Procuramos mostrar, por um lado, a versatilidade do uso de algas na alimentação e, por outro lado, como tão bem casam, a nosso ver, com o gosto português e a nossa ligação ao mar.
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Algas, Onde o Mar começa
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Disponibilizamos neste segundo livro, “Algas, Onde o Mar Começa”, mais uma série de receitas de pratos com algas. Tal como no livro anterior, “Algas, o Mar à Mesa”, as receitas que apresentamos são de fácil execução e colocam em evidência a versatilidade e a riqueza de sabores que as algas aportam.
Acreditamos que embora as algas sejam pouco usadas nas nossas cozinhas, elas integram-se bem no nosso gosto e nas nossas memórias de sabores.
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